Histórico
Histórico
Este projeto é filiado ao Nouvelles formes de socialisation du vivant au Sud:biotechnologies et gestion participative de la biodiversité –Bioteck, desenvolvido pelo Institut de Recherche et Développement , com recursos da Agence Nacionale de Recherche-França. Ele teve seu inicio em julho de 2008. Na França este projeto é coordenado pelos pesquisadores do IRD Frédéric Thomas e Catherine Aubertin.
O Biotek é desenvolvido simultaneamente em três paises: no Vietnam em institutos de pesquisa de recursos vegetais, Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de sistemas agrários e Instituto de Políticas e de Estratégias de Desenvolvimento Rural. No México, com o Colégio do México (Programa sobre a Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento) e a Universidade Autônoma do México. Na América do Sul, no Brasil, na Universidade Federal de Goiás, no Instituto de Estudos SocioAmbientais.
O projeto visa a comparar as relações e embates dos atores e instituições na gestão dos recursos genéticos que os paises em desenvolvimento são instigados a fazerem uso. Isso ocorre para atenderem as regras da OMC relativas aos direitos de propriedade intelectual e, para atenderem aos objetivos da conservação da biodiversidade da CDB. Ele propõe, igualmente, a comparar as praticas locais de gestão destes recursos e, a avaliar os efeitos da valorização dos saberes populares das populações tradicionais.
O projeto prevê-se discutir a sustentabilidade frente ao novo quadro exposto onde se confrontam a preservação e a conservação ambiental, as concepções de natureza e cultura, e os investimentos em biotecnologia. Com este viés interpretativo neste estudo prioriza transversalmente uma reflexão sobre a natureza e cultura, espelhadas no território que tem nos últimos vinte anos sofrido transformações intensas através de novas formas de exploração com a inovação tecnológica da biotecnologia.
Neste caso, o território será discutido, em três focos/eixos, sobretudo como produto da cultura ecológica. Primeiramente, terá como base as populações tradicionais, incluindo os quilombolas, do Cerrado em Goiás e do oeste baiano, buscando a compreensão desta sobre a conservação e apropriação da biodiversidade. O segundo foco dará ênfase as populações indígenas e a gestão da biodiversidade. A visão que estas populações possuem da biodiversidade é resultante de uma cultura particular, na apropriação do território, no conhecimento local e conservação do Cerrado. Para elas, há uma imbricação nesta tríade e será a mesma o viés analítico aqui adotado. Entretanto, esta análise o terceiro eixo completa-se com o que ocorre nas últimas décadas, pois, contraditoriamente com esta valorização, há uma extensa e rápida ocupação do espaço agrícola com novos produtos. O quadro encontrado nas áreas de expansão agrícola mostra uma diversidade de atividades tais como: agricultura de precisão (soja, cana-de-açúcar) e o surgimento dos transgênicos, a pecuária intensiva com a melhoria genética dos rebanhos, a produção de frangos e ovos em escala, lavouras de subsistência, a agricultura orgânica estas últimas resistindo ao modelo modernizador, resultantes da biotecnologia.
Faz-se necessário enfatizar que esta pesquisa abrange as políticas pertinentes do ambiente, bem como, ainda, as instituições de cunho oficial e as organizações não governamentais. Associações e cooperativas vinculadas a estas culturas comerciais e aquelas que trabalham com o conhecimento popular da biodiversidade e que, sobre outra ótica aliaram os conhecimentos científico e popular que também serão consideradas na análise.